sábado, 10 de agosto de 2013

Fecho do Museu do Carro Eléctrico é "um crime público"


A Comissão de Trabalhadores (CT) da STCP classificou este sábado de "crime público" e "um atentado contra o património da cidade" o encerramento do Museu do Carro Eléctrico, no Porto.

Ricardo Cunha, da CT da Sociedade de Transportes Colectivos do Porto (STCP), afirmou que "o museu está encerrado por um falso motivo de obras desde Dezembro".

"Sabemos que [os administradores da empresa] rasgaram o projecto que foi pago a peso de ouro ao arquitecto Thomas Kröger, que custou muito dinheiro aos cofres do Estado", disse Ricardo Cunha.

A CT, que organizou esta tarde uma manifestação/piquenique em frente às instalações do museu, em Massarelos, entende que não pode deixar que esta administração da STCP "aniquile uma empresa para fins que são desconhecidos".

"O conselho de administração, para apresentar resultados de contenção de custos, encerra o museu e suprime linhas do carro eléctrico por falta de guarda-freios. Só entendemos isto como um caminho para a privatização da empresa", sustentou.

"Motivos de segurança e o início de obras na estrutura principal, no telhado" foram as justificações que a administração da STCP deu à CT para o encerramento daquele edifício, adiantando ainda que "o projecto [de requalificação previsto para aquele espaço] é megalómano", referiu Ricardo Cunha.

O arquitecto alemão Thomas Kroger venceu, em Junho de 2010, o concurso de ideias lançado pela STCP para a requalificação do Museu do Carro Eléctrico, apresentando um projecto orçado em 8,6 milhões de euros, mas que conta com apoios do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN).

Na quinta-feira, em declarações ao 'site' Porto24, a directora do museu, Cristina Pimentel, garantiu que o espaço "não está parado nem abandonado", adiantando que, "no contexto actual, que não é favorável, e numa empresa do sector empresarial do Estado, é natural que existam mais dificuldades [financeiras]".

A directora admitiu existirem "alguns atrasos" no arranque da empreitada e disse que algumas verbas "foram canceladas", mas assegurou que o projecto "está em curso" e que "a obra não está em causa".

A CT estima que, desde Janeiro até agora, a STCP tenha perdido a receita equivalente à entrada de cerca de 60 mil visitantes no espaço.

No local, a CT esteve a recolher assinaturas para um abaixo-assinado para "exigir uma tomada de posição por parte do conselho de administração e da tutela, de modo a garantir as condições necessárias para a reabertura" do museu, que pretende entregar ao Governo.

www.jn.pt

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