segunda-feira, 19 de julho de 2010

Câmara tem de repor carris no Passeio Alegre se a STCP exigir

As obras no Passeio Alegre, no Porto, entraram na recta final. A rua está asfaltada e os trilhos para os eléctricos desapareceram. A Sociedade de Transportes Colectivos do Porto (STCP) autorizou a retirada sob a condição de serem repostos se a empresa quiser.
Tal como sucedeu no viaduto do Parque da Cidade e em alguns troços da Avenida da Boavista, a Câmara portuense decidiu remover os carris que há anos esperavam pelos eléctricos na zona do Passeio Alegre.
Apesar dos projectos de expansão da linha histórica celebrados no Plano de Mobilidade da Porto 2001 e que nunca saíram do papel, a verdade é que as viaturas amarelas continuavam a ficar à porta do Passeio Alegre sem condições para avançar rumo à frente de mar.
Resta, agora, uma rede amputada, onde sobram pequenos troços de trilhos sem ligação a lado algum nas marginais do Porto e de Matosinhos. A STCP garante que, no caso do Passeio Alegre, foi estabelecida uma condição prévia.
Os trilhos retirados terão de ser repostos se a transportadora assim entender. “O que foi garantido à STCP pela Câmara Municipal do Porto foi o direito futuro de manter a concessão no caso das opções da cidade irem nesse sentido”, explica, em resposta por escrito, a empresa pública.
Bem distinta é a situação do viaduto do Parque da Cidade, onde a Autarquia removeu  os carris que haviam sido colocados em 2001 e repavimentou a travessia a pensar na realização das corridas da Boavista. Há cinco anos que a empresa pública espera pelo reembolso municipal de cerca de 500 mil euros. A factura já foi remetida para a Autarquia, mas “ainda não foi regularizada”.
No início do mês passado, o Município deu conta da opção de remover os trilhos no Passeio Alegre face à falta de uso. O objectivo era asfaltar a rua  e melhorar as condições de circulação.
Os operários cumprem as derradeiras tarefas, já com a artéria asfaltada, construindo as baias de estacionamento em paralelo e os passeios. As obras terminam no próximo mês de Agosto. “O que foi garantido à STCP pela Câmara do Porto foi o direito futuro de manter a concessão no caso das opções da cidade irem nesse sentido”, explica, em resposta por escrito, a empresa pública, assinalando que os trilhos em causa não possuem valor comercial.
Para “serem utilizados numa operação comercial do eléctrico, estes carris teriam de ser substituídos por uns novos, razão pela qual não foi pedida nenhuma compensação financeira à Câmara do Porto” pela remoção, acrescenta a transportadora que mantém uma “colaboração estreita” com o Município sobre esta matéria.
“Os carris do carro eléctrico que foram retirados do Passeio Alegre tiveram a anuência da STCP com salvaguarda do direito à sua reposição se e quando a STCP o pretender”, insiste ainda. De momento, não há perspectivas de expansão do circuito que percorre parte da marginal entre o Infante e o Passeio Alegre.

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