quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Regresso do eléctrico à Foz


Uma das propostas que mais chamaram a atenção dos presentes na apresentação do plano de Estrutura para a Frente Marítima do Porto, foi a intenção de criar, no lado poente da marginal, um canal para o eléctrico histórico, que implica a pedonalização da Rua da Senhora da Luz e que, na marginal, conviverá com a ciclovia e a zona de circulação de peões. Este acrescento, a acontecer, implicará roubar uma faixa de rodagem para automóveis, numa zona da cidade muito pressionada, em termos de tráfego, e para a qual o município apresentou, também nesta sessão, um novo plano viário, que entrará em vigor em Fevereiro (ver texto).

Este regresso do eléctrico àquela zona da cidade está integrado num plano, que tem vindo a ser estudado pelo Porto, por Matosinhos, pela STCP e pela própria Administração do Porto do Douro e Leixões, tendo em conta o objectivo de usar este meio de transporte, eminentemente turístico, para ligar o novo terminal de cruzeiros de Leixões à Ribeira do Porto. O troço existente da Linha 1, entre o Infante e o Passeio Alegre, na zona da Cantareira, tem sido um sucesso, e só no último ano a sua procura cresceu 17%, segundo a STCP.

O serviço de eléctricos ficou, a pedido da Câmara do Porto, de fora do processo de concessão da operação da STCP e o reforço da sua utilização na cidade tem sido discutido, nos últimos anos, como complemento à rede de metro. Se o Plano de Estrutura para a Frente Marítima for levado por diante, os carris vão mesmo regressar a uma zona de onde foram retirados na última década, incluindo, neste caso, o viaduto sobre o Parque da Cidade que liga o Porto a Matosinhos.

Neste último caso, os carris que ali haviam sido colocados aquando da construção desta obra de arte, assinada pelo catalão Solà-Morales, foram retirados, em meados da década passada, porque alegadamente não serviriam para a circulação do metro na projectada Linha da Boavista, desejada pela Câmara do Porto e pela administração de então da Metro do Porto. Esta decisão levou a STCP a reclamar mais de 900 mil euros ao município, verba que, segundo o que o PÚBLICO conseguiu apurar, ainda está por pagar.

Em Matosinhos, onde o antigo canal da ligação por eléctrico às duas cidades ainda se mantém, estuda-se a melhor maneira de fazer chegar o “novo” meio de transporte ao molhe sul do porto de Leixões, transformado já numa porta de entrada de turistas na região.

Espera-se que, com a inauguração do edifício de acolhimento de passageiros, dentro de meses, o número de cruzeiros a parar ali aumente substancialmente, e a vontade de oferecer a uma parte desses visitantes a possibilidade de acederem à zona histórica do Porto por um trajecto pela frente marítima e frente ribeirinha é assumida como prioritária pelos dois municípios, que integraram o projecto no plano estratégico metropolitano

http://www.publico.pt/

2 comentários:

  1. Óptimo plano! O porto é mesmo uma naçom, carago! Gostava de ver coisas assim em Lisboa... Claro que o ideal seria combinar o harmonizar a função turística com a complementaridade do Metro. E, como parece que linha da Boavista foi lixada pelo Governo (o do Sócrates ou o do Passos, já não recordo), o que era mesmo castiço era repor os eléctricos em via dupla e em quantidade, talvez com o modelo que foi "standard" de Berlim, repondo a linha 19, Boavista-Matosinhos, e uma linha 17 mais pequenina do que foi, entre o velho términus do Castelo da Foz e a Boavista. Enfim, sonhos... Em todo caso, viv'ò Porto!!

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  2. Peço desculpa pela gralha: "O Porto é uma naçom, carago!"

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