terça-feira, 9 de agosto de 2011

Remise da Boavista - A casa do Eléctricos


Das várias infra-estruturas que apoiavam o funcionamento da rede de carros eléctricos do Porto, o local mais importante era a Boavista. Já desde a abertura da segunda linha de americanos em 1874, se situava aqui a sede da CCFP, a “Companhia de Carris de Ferro do Porto”. A Boavista e a sua mítica remise não abrigava apenas eléctricos, a Boavista era a casa dos carros de tracção animal, dos carros a vapor e dos carros eléctricos.
O seu momento mais negro viveu-se em 1928, mais precisamente a 28 de Fevereiro, nesse dia a remise da Boavista foi destruída por um grande incêndio, onde se perderam vários exemplares de carros eléctricos, dos quais o carro eléctricos (CE) nº22, (actualmente replicado e em exposição no museu do carro eléctrico), para além das próprias instalações da remise. Posteriormente no mesmo local, na “Rotunda da Boavista”, onde está actualmente a Casa da Musica, foi construída uma nova remise e novas oficinas com um total de 20 linhas, por este facto era conhecida como as “Vinte Portas”, havendo mesmo quem as contasse para ter a certeza que este nome era verdadeiro.
Com introdução de novos meios de transporte colectivo (autocarro e troleicarro) e a consequente redução dos serviços de eléctricos, a importância da Boavista foi reduzida. Tendo em 1988 sido substituída pela remise de Massarelos do estatuto de remise de serviço. As oficinas foram mantidas na Boavista e também os carros eléctricos fora de serviço eram ainda guardados na Boavista.
No entanto devido a obras, a Boavista foi usada de novo durante alguns períodos como remise de serviço: entre Março e Julho de 1991, entre Junho e Novembro de 1998 e entre Fevereiro e Maio de 1999.
Inicialmente quando foram introduzidos nos serviços de transportes público do Porto, também as oficinas dos autocarros e dos troleicarros eram na Boavista. As estações de recolha destes veículos sobre pneus eram sempre na Carcereira (desde 1948-autocarros) e na Areosa (desde 1968-troleicarros).
O fim da remise e das oficians da Boavista chegou em Agosto de 1999 o complexo da STCP da Boavista acabou por ser completamente evacuada e demolida, sendo a sua demolição antecedida por um desfile do material circulante durante o seu percurso entre a Boavista e Massarelos.
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